quinta-feira, agosto 24, 2006

Sobrinha linda

Sinto os olhos pesados e cansados, a pedirem o repouso merecido, e sem oferecer muita resistência encaminho-me para a cama. Em poucos minutos, o fresco dos lençóis é invadido pelo calor do meu corpo, procuro a posição certa e preparo-me para dormir. Dou voltas e voltas, percorro a cama toda e não há maneira de conseguir dormir. Não sei o que se passa, sinto-me pensativo, a viajar através do tempo, distante de tudo. O sono deixou-me aqui acordado, a ver as horas passar. Tive vontade de te ligar, de ouvir uma história tua, qualquer uma que fosse, ou simplesmente adormecer ao som da tua voz. Não o fiz, e o sono lá acabou por aparecer. Dou por mim acordado, sem ter dado conta que passou mais uma noite, que um novo dia já nasceu lá fora. Quebra-se o silêncio, reparo que acabam de invadir o meu espaço. Oiço uma voz que facilmente reconheço, que chama por mim, que duma maneira muito doce pede que me levante. Solto um sorriso e tento correr com ela. Não desiste, carinhosamente empurra-me, bate-me, e eu não resisto. Peço-lhe um beijinho ainda de olhos fechados, sinto uns lábios molhados no meu rosto, sorrio novamente, peço-lhe outro enquanto a torturo com cócegas, e lá recebo outro beijo. Sorrio novamente. Alem de linda, esse jeito trapalhão de dizer “acoda” e “vanta” faz sorrir até a pessoa mais seria do mundo. Lá me levanto, recordando, com a sensação que já vivemos isso, noutro espaço, noutra época. Com pequenos gestos, começamos o dia a sorrir. Mais tarde eu não liguei, ligaste tu….

24/03/05

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